quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

E no Basquete em Cadeira de Rodas?

Ênio Vecchi ex técnico Seleção Feminina



Ênio Vecchi rompe silêncio de detona Hortência!


Passadas duas semanas de sua saída do comando da Seleção Feminina de Basquete, após a Confederação Brasileira (CBB) optar por não renovar o seu contrato (que vencerá no próximo sábado), o técnico Ênio Vecchi resolveu quebrar o silêncio e fazer um desabafo.Em um longo papo por telefone – com quase uma hora de duração –, o treinador não poupou críticas a Hortência Marcari, diretora das Seleções feminina, e a acusou de não cumprir com a palavra quanto à sua continuidade à frente do projeto iniciado no ano passado.– A Hortência não manteve a palavra. Ela tem o direito de me demitir, mas não fez muito sentido esta decisão. Depois dos meus resultados, com o que havia sido planejado, não entendi muito bem esta minha saída – disse o técnico, que dirigiu a Seleção na conquista da vaga olímpica para Londres.Sem conter a indignação, Ênio também teceu algumas críticas ao presidente Carlos Nunes e à liberdade excessiva que ele tem dado a Hortência em sua função.– Se não colocarem freios nela, a situação poderá ficar pior.Em fase de recuperação de uma cirurgia na próstata – realizada no último dia 19 – o treinador não se furtou de responder nenhuma pergunta, mas evitou analisar a escolha de Luiz Cláudio Tarallo como o seu substituto para os Jogos Olímpicos de Londres.Sem emprego, Ênio está agora à espera do contato de algum clube. Ele, entretanto, reconhece que iniciar o trabalho em uma grande equipe brasileira neste momento será bastante complicado: – Tanto o campeonato masculino (NBB) quanto o feminino (LBF) estão em andamento, todos os clubes estão com técnicos.Confira abaixo a íntegra da entrevista exclusiva com o técnico.LANCENET!: Como você foi comunicado de que não seguiria no comando da Seleção no próximo ano?Ênio Vecchi: Foi feita uma reunião, com as presenças da Hortência, do André Alves (diretor técnico da Confederação Brasileira de Basquete), do Urubatan (Pacini, assistente técnico) e eu. Neste encontro, fui comunicado de que não teria meu contrato renovado. Evidentemente, fiquei indignado, pois haviam me dito que era praxe a CBB fazer contratos de um ano e que ele seria automaticamente renovado. Talvez meu grande erro foi ter acreditado nisso. A Hortência não manteve a palavra. Ela tem o direito de me demitir, mas não fez muito sentido. Depois dos meus resultados, com o que havia sido planejado, não entendi muito bem esta minha saída.L!NET: Mas qual foi o real motivo alegado para a sua dispensa?E.V.: A Hortência me disse que queria fazer um realinhamento do trabalho. Meu contrato com a CBB termina no dia 31 deste mês, então decidiram não renová-lo. Mas o mais importante para mim, disso tudo, é que aquilo que foi apalavrado não foi cumprido. É isto que indignado. Além disso, esta reunião ocorreu no dia 15, quatro dias antes de eu fazer uma cirurgia na próstata. Tinha outras preocupações. Não passava pela minha cabeça que poderia ficar sem o emprego. Houve uma falta de “feeling” tremenda.L!NET: Em uma conversa com outros dirigentes do esporte brasileiro, em um evento realizado na sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a Hortência disse que o resultado no Pan (medalha de bronze) teve influência direta na sua saída e que o lugar de fazer testes não é na Seleção e, sim, no Vitória Basquete, seu ex-time. Você tomou conhecimento destas declarações dela? O que achou disso?E.V.: Eu não entendi nada. Foi uma falta de respeito com o Vitória. Ela (Hortência) não conhece a história do basquete do Espírito Santo e o trabalho feito pelo Alarico (Duarte, presidente do clube). Ele ajudou a revelar grandes nomes do basquete brasileiro. Então, esta falta de respeito com um clube é inadmissível. Além disso, ela esqueceu de coisas importantes com relação ao Pan. Elaboramos juntos a lista de jogadoras, antes mesmo do Pré-Olímpico. A Hortência avaliou e avalizou a relação. Tivemos alguns problemas para obter a liberação de atletas, como foi o caso da Adrianinha. Além disso, dias antes da estreia perdemos a Nádia (pivô) machucada. Coisa que ela mesmo planejou, e agora está criticando. O Pan era o cenário ideal para darmos mais rodagem a atletas jovens e conversamos isso. Então, não faz o mínimo sentido o que ela está falando.L!NET: Uma das críticas quanto ao seu trabalho foi o fato de ter deixado a Iziane no banco durante quase todo o segundo tempo na derrota para Porto Rico na semifinal do Pan. Você acha que isso pode ter influenciado na sua saída do comando da Seleção?E.V.: Isso tem de ser perguntado para a Hortência. Mas o técnico tem suas decisões, suas convicções e isso tem de ser respeitado em todos os sentidos. Assim, não vejo isso como um fato que possa ter causado a minha saída da Seleção.L!NET: Você está magoado com a Hortência por causa desta situação?E.V.: Não estou magoado. Como jogadora, ela foi brilhante. Mas como dirigente ainda falta muita coisa. Ela vai aprender com os erros. Quando ela assumir um compromisso, tem de cumprir. Ela precisa ter responsabilidade sobre as decisões que toma. Ela não pode alterar a todo momento uma situação. Precisa ter uma linha de conduta e tomar posições firmes, acertando ou errando. E.V.: Se a cada problema que vier houver uma mudança, fica fácil dirigir. Eu não sei quem a comanda. Mas o que sei é que é preciso colocar alguém com mais experiência para ajudá-la. Ela (Hortência) precisa de mais embasamento para tomar as decisões na parte administrativa e até mesmo analisar o jogo.L!NET: Você acha que a Hortência está com muito poder dentro da CBB?E.V.: Se não colocarem freios nela, a situação poderá ficar muito pior. Ela está tomando decisões muito espontâneas.L!NET: Desde a sua saída da Seleção e a entrada do Luiz Cláudio Tarallo, o Carlos Nunes, presidente da CBB, não se manifestou. Ele não está sendo um pouco omisso?E.V.: O Carlos Nunes tem postura de presidente, procura não intervir no trabalho do técnico. Após o Pan, ele me disse: “Estamos juntos”. Mas, depois disso, não falou nada mais. O presidente da CBB tinha a obrigação de estar conversando. Ele poderia ter me chamado para falar, mas em nenhum momento teve esta conduta e postura. Também acho que o presidente tem de cobrar a Hortência e assumir uma postura mais firme. O que vejo é que ela tem uma ascendência muito grande dentro da Confederação. Mas, agora, isso já é problema deles.L!NET: Com esta mudança que houve, saíram você e o Urubatan. A Janeth, que também era assistente, continuou. Você acha que ela foi protegida? Não existe uma incoerência grande de manter só uma pessoa?E.V.: Ou trocasse só eu ou trocasse todo mundo. É muito contraditório ela ficar e nós sairmos. O Uruba e a Janeth fizeram um grande trabalho, ajudaram muito a fortalecer a nossa defesa. Aí, a diretora faz a avaliação de que não gostou do resultado e sobra só para nós dois? Não dá para entender isso. É uma incoerência muito grande. São muitas interrogações que ficam.L!NET: Diante de tudo isso, você se arrepende de ter aceitado o convite para assumir o cargo de treinador da Seleção feminina?E.V.: Não me arrependo de nada. As jogadoras e a comissão técnica fizeram um trabalho diferenciado, de muita qualidade. Isso me deixa muito satisfeito. Fico feliz também com a maneira como o time jogou e se portou. Estar na Seleção era o objetivo da minha vida. O tempo inteiro acreditei no projeto elaborado. Mudei toda a minha vida para poder assumir o comando da Seleção.L!NET: E agora? Qual o sentimento de ficar fora de uma Olimpíada? É muito grande a frustração?E.V.:Fica uma sensação muito ruim por não poder estar presente com um grupo de jogadoras maravilhosas. O Brasil não deve nada a ninguém. Com um bom treinamento, feito de forma capacitada, será possível brigar por medalha. E sei que as jogadoras têm este objetivo. Mas o que me deixa pior em isso tudo é ter acreditado na palavra da diretora. Mas, com o tempo, a palavra vai se perdendo. E é isso que ensino para o meu filho: a importância de se manter a palavra. Em nosso país, estes valores vão se perdendo. Você vê isso na política. Cada hora falam uma coisa e não saímos do lugar.L!NET: Vai torcer pelas meninas? Você verá os jogos da Olimpíada?E.V.: Minha preocupação sempre foi e sempre será com as jogadoras. Este é um grupo com potencial muito grande. Torcerei por elas de coração. O sonho delas é brilhar em 2012, e não ter de esperar por 2016.L!NET: No tempo em que você esteve à frente da Seleção teve bastante contato com o Tarallo (que dirigia a Seleção Brasileira sub-19). O que acha do trabalho dele? Ele poderá desempenhar um bom papel?E.V.: Era um contato normal, de quem acompanha o basquete e o trabalho que estava sendo desenvolvido na base. Mas não gostaria de avaliá-lo. Ele é um profissional como eu e está trabalhando há anos para conseguir alcançar os seus objetivos.L!NET: A partir de agora, quais são os seus planos para o futuro? Já recebeu proposta para comandar algum clube do Brasil ou está em compasso de espera enquanto se recupera da cirurgia?E.V.: O prejuízo profissional é muito grande. Eu havia mudado toda a minha vida para me dedicar a este projeto. A situação agora é complicada. Tanto o campeonato masculino (NBB) quanto o feminino (LBF) estão em andamento, e todos os clubes estão com técnicos. Mas sei que trabalho não vai faltar. Só espero que, pelo bem do basquete, meu caso sirva de exemplo. Se não ficaremos como no futebol, com mudança de técnico toda hora. E o basquete prega o contrário, pois é um esporte no qual o trabalho a longo prazo fazem toda a diferença.L!NET: Para terminar, a CBB ficou lhe devendo alguma coisa ou tudo foi acertado normalmente?E.V.: Eles me pagaram tudo certinho. Inclusive, já combinamos como ficará o pagamento pela conquista do Pré-Olímpico da Colômbia.
Hortência foge da polêmica e exalta CBB
Em entrevista exclusiva ao LANCE!NET, ex-técnico da Seleção feminina de basquete não esconde indignação com a saída
Principal alvo das críticas de Ênio Vecchi, Hortência Marcari não quis estender a polêmica e disse estar tranquila com a decisão.–
- Não tenho mais nada para falar. Aceito as críticas desde que elas sejam construtivas. Sei que ele ficou bastante chateado, como eu também ficaria. Eu entendo. Porém, sou uma profissional e vejo a Seleção como um todo. Não penso apenas na equipe principal - afirmou a diretora ao LANCENET!.
Hortência aproveitou a oportunidade para ressaltar o trabalho realizado nas categorias de base e contou que tem recebido propostas de diversas federações para a realização de intercâmbios.–
- Querem copiar o que estamos fazendo aqui. O Canadá é um dos países mais interessados em seguir o nosso modelo. O André (diretor-técnico da CBB), inclusive, já teve várias reuniões neste sentido.
- Nosso trabalho está sendo observado pelo mundo todo e não iremos mudar - afirmou.
Em 2011, o Brasil teve como principal resultado nas divisões inferiores a medalha de bronze no Mundial Sub-19, disputado no Chile. Na ocasião, a pivô Damiris acabou eleita a MVP (Jogadora mais Valiosa). A equipe era dirigida por Luiz Cláudio Tarallo.

E no Basquete em Cadeira de Rodas? Quando é que nossos técnicos e diretores vão romper o silêncio?


Matéria: Lance Net

6 comentários:

  1. Nunca vão romper o silencio, sabe pq? Pq todos tem o rabo preso. A Neia e a Ana falaram o pq entraram e sairam? Alguem responde o que a Fatima ainda faz ali? NAO.
    Muita sujeira!

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  2. eu ja acho que o problema vai mais alem. no brasil alem de nao ter uma pessoa capacitada a frente do basquete em cadeira, tem muito ex atleta que se sente Jesus Cristo e acha que pode resolver tudo de forma amadora.
    hortencia nao se discute na quadra realmente, mas ela nao tem capacidade de administrar e assim segue no cadeira de rodas pessoas sem condiçoes de administar suas proprias vidas tentando administrar uma modalidade em decadencia

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  3. modalidade em decadência ... KKKKKKKKKKKKKKKKK ... gostei Daniel este é uma ótima definição desta modalidade ... por isso a cada dia que passa penso se é nela que devo focar meu tempo no futuro ... hj vejo muito bla bla bla fala mal daqui fala mal de lá ...mais coisas concretas não vejo nada ... boas propostas tbm não vejo ... tbm pratico atletismo e hj já tenho o calendário de todas as competições que vou participar em 2012 ... posso me programar junto ao patrocinador.

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  4. se a cbbc tivesse lançado calendario eu nao confiaria, pois nem o planejamento dea de campanha ela cumpri. e outra, ano passado tee regionais? nem teve...
    esse ano como é ano de campanha ela vai fazer um ano legal.
    e nos comos somos BURROS vamos esquecer a lambança do ano passado, capaz de votar nela de novo

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  5. Olá Basketeiro. Seu tópico é bom. Mas o que vc acha da MALEDICÊNCIA que impera no basquete em cadeira de rodas?

    Maledicência
    É a tendência maldosa de tecermos comentários, sobre terceiros, deixando no ar suspeitas, calúnias, mentiras e demais interrogações, a fim de prejudicar algo ou alguém.

    quem faz isso fica claro que não presta se alguém fala mal para você de alguém vc vê ai é de quem fala do outro.

    Vamos acabar com a maledicencia no BCR.

    sabemu quem são as pessoas que fica por aí falando mal dos outros com inveja e egoísmo querendo o que o outro tem detonando. a CBBC numt tá certa tá errada em tudo que fez até hoje desde a posse de Naise. Mas elegermos um candido que se apresenta falando mal dos outros ou prometendo cargos e fazendo acordos com certeza não merece o voto. Eleger aquele que mostra um bom plano de governo como fez naise, não é garantia de sucesso na gestão porque vai ter que pagar os acordos da eleição e nunca vai contentar todos os acordos gerando confusão.
    Acho bom Basketeiro vc alertar sobre as promessas, mas o mais importante é vc abrir os olhos de quem chega para o eleitor falando mal de fulano, ciclano, fazendo promessas para 'conquistar'.
    Fiquem com Deus e vamos pedir a ele que ilumine a cabeça das pessoas que querem trazer melhorias para o basquete para fazer as coisas certas. Só isso.
    Sorisso de sp.

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  6. Sorisso de Sp, obrigado por sua participação. Com certeza e infelizmente hj o cenário do BCR é tomado por ataques maldoso à pessoas e instituições. Dentro disso, entram as promessas, as ditas "compras" de votos etc;
    Esse ano o blog vai atuar muito m cima deste tema de eleições visando justamente o "alerta" aos Basketeiros que vão as urnas representar seus clubes.

    Abraços,

    Basketeiro.

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